
“Toda crise tem um vencedor”. Esse é o mote do presidente da Audi no Brasil, Jörg Hofmann, para continuar investindo no Brasil, mesmo em um momento de crise econômica. Com um plano de longo prazo e que abarca todas as facetas do negócio, da produção à pós-venda, ele quer chegar a 30 mil unidades vendidas até 2020. Em 2014, as vendas da Audi cresceram da 86,6% no Brasil, em relação ao ano passado. Já no primeiro trimestre de 2015, a montadora vendeu 3.444 carros no Brasil, 22% a mais que no ano passado. Em março, as vendas cresceram 60%.
Modelos
Aos poucos, Hofmann quer trazer toda a linha da Audi para o País. “Fazemos muitos ajustes específicos para o Brasil”, diz Hofmann. Um dos exemplos é o A6 com quatro cilindros. Hoje, o modelo é vendido no País na versão de seis cilindros, mas o motor com quatro cilindros poderia se adaptar melhor a grandes cidades, que têm mais trânsito.
Fabricação
A ampliação da linha de produção da fábrica de São José dos Pinhais, Paraná, já está praticamente pronta e as vendas devem começar em setembro deste ano. Com investimento de R$ 500 milhões, a nova linha garantirá a produção de 26 mil carros por ano até 2020. Serão produzidos os modelos A3 e Q3. Hofmann afirma que, inicialmente, os preços não irão baixar, continuando “tão competitivos quanto estão agora”. Porém, os consumidores terão outras vantagens com a produção local. Uma delas é a flexibilidade e rapidez na entrega. O tempo de espera para a chegada de um modelo personalizado pode cair de três meses para duas semanas.
Peças
Outra vantagem da fabricação no Brasil é aumentar o estoque de peças de reposição e diminuir o tempo de entrega. Para conseguir dar conta do estoque, a Audi aumentou em 117% a capacidade de armazenamento do centro de distribuição de peças, que fica em Jundiaí, São Paulo.
Financiamento
A tendência atual, de oferecer financiamento de carros com juros a 0%, é “muito difícil, cara e ridiculamente louca”, diz Hofmann. Para conseguir contornar esse problema, a empresa criou um novo conceito: o Audi Pass. O programa de financiamento exige apenas 20% de entrada, mais 23 parcelas referentes a apenas 30% do valor do veículo. A 24º parcela fica a critério do cliente: fazer o pagamento dos 50% restantes ou oferecer para a recompra em uma concessionária Audi. Esse modelo é mais sustentável para a companhia e atrai mais consumidores.
Serviços
Ano passado, lançaram o programa Audi Service Express. As três primeiras revisões de qualquer modelo serão realizadas em menos de uma hora. Com a diminuição do tempo de espera, as concessionárias conseguem fazer de sete a oito revisões por dia, ao invés de duas a três. O serviço já está disponível em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, e Belo Horizonte.
Carros Usados
Para Hofmann, o segmento de venda de carros usados é bastante incipiente no Brasil, e muito pouco profissional. Segundo ele, na Alemanha, a maior parte do faturamento vem de serviços e de usados, enquanto no Brasil carros novos lideram as receitas. Para se aproximar mais do modelo europeu, a companhia lançou o Audi Aproved Plus, programa de revenda. Na concessionária, os carros terão uma área de destaque, serão revisados – o cliente recebe um check list de tudo o que foi verificado no automóvel – e terão até garantia. Disponível em Blumenau e Curitiba, o programa estará na maioria das concessionárias Audi até 2016.
Fonte: Exame