
Há dois anos, a Audi decidiu mudar o seu posicionamento no Brasil e se transformar de uma distribuidora em uma fabricante local de veículos. Foi o quando o atual presidente da companhia no país, o alemão Jörg Hofmann, assumiu o posto e também foi anunciada a construção de uma nova linha de produção na fábrica de São José dos Pinhais (PR), que começou a operar em outubro deste ano. As atividades da marca na planta tinham sido interrompidas em 2006.
De lá para cá, a empresa cresceu bastante. Em 2013, vendeu 6.000 carros por aqui. No ano passado, foram 12.500. Por conta disso, ela passou de quarta colocada a líder no segmento automotivo premium.
Com novas contratações – o time saltou de 65 pessoas para 150 – o antigo escritório administrativo já não comportava mais a equipe e outro precisou ser construído. No novo espaço físico da montadora em São Paulo, a preocupação com design, característica marcante nos carros da marca, e o ambiente aberto e descontraído são destaques do local.
O novo escritório da Audi funciona na região do Morumbi, em São Paulo, há pouco mais de três meses. Ele tem 1.805 metros quadrados.

Junto com a mudança do espaço físico, veio também uma transformação da cultura. “Percebi que a comunicação não funcionava muito bem e quis tornar o ambiente aberto. Me envolvi em todos os detalhes”, conta o presidente da empresa no Brasil, Jörg Hofmann.
Cerca de 150 funcionários trabalham no local. Há dois anos, o time era de 65 pessoas. A média de idade da equipe é de 36 anos.

Setores que tratam de assuntos confidenciais, como jurídico e RH, entretanto, ficam separados. O mesmo acontece com a central de relacionamento com o cliente, que precisa de silêncio para funcionar. O presidente e os diretores também têm salas próprias.

Informal, o presidente Jörg Hofmann diz que dá poder aos funcionários para que eles se virem sozinhos, mas que qualquer um está autorizado a ir até seu escritório para discutir a solução de um problema, se necessário. Todas as sextas-feiras, ele encaminha uma mensagem para o time inteiro com informações sobre a semana que se encerra e as expectativas para as próximas. “As pessoas precisam estar informadas sobre as estratégias”, afirma. A cada três meses, uma reunião presencial é realizada para tratar do assunto.


Os modelos Audi estão presentes por todo canto “para que as pessoas não se esqueçam com o que trabalham”, diz Hofmann.

O escritório foi projetado ainda com diversas curvas, elemento padrão no design da marca. “A Audi é feita de curvas. E nossos móveis foram desenhados sob medida para lembrar disso”, disse Hofmann.

No escritório, há seis pequenas salas de reunião e uma grande, central. Elas foram batizadas com nomes de modelos Audi.

Ainda com o objetivo de facilitar a comunicação, a área de descompressão da empresa foi projetada para ser um ponto de encontro dos funcionários. Com vista para a ponte estaiada, na marginal Pinheiros, o espaço conta com mesas de sinuca e pebolim e até um bar.

Uma vez por mês, um happy hour é realizado no bar para celebrar os resultados da companhia, com comidas e drinks liberados. Nos demais dias, o café e os petiscos são grátis, mas as bebidas alcóolicas precisam ser pagas, com um subsídio de 50%.

Todos os funcionários da Audi podem dirigir um carro da marca, ainda que não consigam comprá-los. A empresa mantém, para a equipe, um sistema próprio de aluguel de veículos a preços bem abaixo do mercado. Custos com emplacamento, seguro e manutenção estão inclusos no contrato. “Todo mundo merece essa experiência. Nós queremos ser um empregador atrativo e, para isso, precisamos ter funcionários felizes. Nossa taxa de rotatividade é praticamente zero”, diz Hofmann.
A companhia também banca totalmente aulas de inglês para os empregados. Elas podem ser ministradas no escritório ou em escolas de parceiras. Para aprender alemão (idioma natal da Audi), há um subsídio de 50%. “Fazemos até algumas reuniões em inglês para o pessoal treinar. É uma forma de incentivar a carreira internacional dentro da empresa”, conta Hofmann.
Fonte: Exame.com
Créditos fotos: Luísa Melo/EXAME.com